Apae Belém - PA
24/06/2020
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O distanciamento social, a forma mais eficiente para evitar a propagação do Covid-19, segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), se tornou um desafio para todos, principalmente para quem precisa de acompanhamento na área da saúde e pedagógica, como é o caso de pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Por isso, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Belém, nesse período, passou a oferecer atendimento virtual aos atendidos pela instituição.
O uso de dispositivos móveis tornou-se uma ferramenta importante na sequência dos tratamentos sem colocar em risco os pacientes e profissionais. O atendimento segue metodologia e instruções estabelecidas pela instituição. “Suspendemos nossos atendimentos presenciais ainda no mês de março, logo no início da pandemia aqui em Belém. Precisávamos zelar pela saúde da equipe e, principalmente, do nosso bem maior, que são nossos usuários”, disse Emanoel O’ de Almeida Filho, presidente da APAE Belém.
O presidente afirmou ainda, que só foi possível montar estratégias de atendimento online devido o comprometimento da equipe. “Na APAE Belém, nós temos uma equipe técnica muito qualificada e extremamente dedicada aos pacientes e alunos. Claro que preferíamos o encontro presencial, até porque atendimento on-line perdem-se muitos estímulos, mas entre suspender o tratamento e adaptar as sessões para que se tornassem virtuais, é melhor a segunda opção. Não poderíamos deixar nossos usuários e suas famílias desamparados nesse momento de tantas incertezas”, enfatizou.
CAMS
No período de março a maio de 2020, o Centro de Atendimento Multidisciplinar de Saúde (CAMS) realizou 15.058 atendimentos. O acompanhamento acontece por meio de grupo criados no WhatsApp de acordo com a faixa etária e programas de desenvolvimento da área.
As atividades interdisciplinares são elaboradas por diversos profissionais com base teórica e prática. Com o objetivo de desenvolvimento pleno e global do paciente e proporcionar a integração entre os membros da família, os exercícios, em grande parte, são lúdicos e utiliza materiais e produtos do dia-a-dia.
“Desde o início do isolamento, o nosso foco era manter a qualidade dos atendimentos, fazendo com que as famílias fossem nossas principais aliadas e contribuíssem com o objetivo de dar continuidade no desenvolvimento das terapias como sendo o nosso maior desafio”, pontuou Ana Carolina Salomão, assistente social e coordenadora do CAMS.
A coordenadora também ressaltou a dedicação de todos os envolvidos. “Vale destacar o mérito de todos que se empenham a cada dia para mostrar talentos e criatividades. A equipe, juntamente com as famílias, segue contribuindo de maneira exponencial na superação dos desafios e dificuldades encontradas. Nosso intuito é continuar contanto com essa parceria, mesmo que os desafios permaneçam e que sigamos firmes em nossos propósitos para que brevemente estejamos juntos e mais fortalecidos”, concluiu.
Para Cristina Campos, mãe do Gabriel Wilson Campos, de 12 anos, os atendimentos estão servindo para incentivar os pacientes e familiares. “Estou muito feliz com as atividades e com a dedicação dos profissionais. Em relação ao Gabriel, percebo melhoras consideráveis, descobri coisas que não havia percebido. A parte cognitiva e verbal dele está bem melhor. Além do apoio profissional, as mães criaram um vínculo muito forte, uma ajuda a outra, uma incentiva a outra. Quando tudo isso passar e voltar para o atendimento presencial, quero que os grupos continuem, essa experiência tá incrível”, disse a mãe.
CAEE
O Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), também manteve atendimentos virtuais. Os professores mantiveram contato com as famílias, baseado no Plano de Desenvolvimento Individualizado (PDI) de cada aluno atendido.
O centro educacional, no período de 23 de março a 20 de abril, fez 202 atendimentos. As atividades pedagógicas tiveram como objetivo favorecer habilidades como: atenção, percepção, linguagem, motivação e memória, de modo que a família pudesse contribuir na continuidade desses estímulos tão importantes e necessários para a manutenção das habilidades já adquiridas no período em que ocorreram os atendimentos presenciais.
“O que nos deixa muito felizes é que às famílias estão interagindo, enviando as devolutivas das atividades que foram sugestionadas e orientadas pelos mediadores. Ver os alunos realizarem as atividades nos motiva, é importante no desenvolvimento e no favorecimento da autogestão, habilidade e potencialidade”, disse Cláudia Bandeira, diretora do CAEE.
APOIO ALIMENTAR E ASSISTÊNCIAL
Além dos atendimentos direcionados na área da saúde e educação, a APAE Belém também tem contribuído com as famílias no apoio alimentar. Vários parceiros, como empresas, bandas locais e grupos de família e amigos, tem doado alimentos. No total, 512 kits foram entregues para famílias em situação de vulnerabilidade e que são atendidas pela instituição.
Além disso, o setor de assistência social já realizou 1.420 atendimentos. Em meio a pandemia, o Serviço Social tem trabalhado junto às famílias, atuando na perspectiva de garantia de direitos e também na humanização.